Mais um ataque e, a cada dia que passa, parece estar se tornando mais violento. Um flash e a dor aguda me levaram a um transe temporário, novamente aqueles devaneios, vozes e figuras já conhecidas apenas nos prontuários de óbito. As garotas pareciam mais afoitas, eufóricas, como se estivesse a um passo de desvendar o mal que lhe causara. O assassino pode estar entre nós, mas quem seria? Talvez algum daqueles forasteiros? Acredito que não. Um jovem impulsivo tratou de mostrar seu arsenal frente a dois peritos em homicídio, nada convencional, mas o serial killer que procuramos não cometeria tal gafe. Ele sabe que nós o procuramos, e ele nos procura, como se divertisse ao desenrolar de um jogo que o próprio criara. Mas por quê essa cidade? Por quê essas entidades ainda me atormentam? As sessões nunca foram tão longas quanto agora...
Em uma espécie de Dejavú, vi uma imagem rápida correr pelos meus olhos. Haviam-na denominado “Joane”. Talvez a chave, a pista que estava esperando para dar fim a esse martírio. Dra. Weele está conosco. Sim, aquela considerada louca por suas matérias nem um pouco convencionais. O que estaria procurando? Algum circo de freak show? Ou apenas uma prova para alimentar sua mente fértil. Confesso que de uns anos para cá meu “ceticismo” mudou drasticamente, embora há coisas exageradas, que duvido serem legítimas. O outro lado não é um conto de fadas, nem um filme de terror. É apenas o fim, para alguns o descanso, para outros o sofrimento... Estou lutando para dar paz a algumas almas atormentadas em pós-morte.
Anjos e Demônios, cada pessoa tem o seu escondido no fundo da alma, precisamos tomar cuidado para não alimentarmos um mais do que o outro. Não sou o messias, tão pouco um maníaco sanguinário. Quero completar meu trabalho e, se possível, conceber a redenção ao carma que carrego.
“Na escuridão das trevas, onde a luz não ousa chegar, existe um lugar onde a vida apenas sobrevive.” Bem vindos a Silent Hill.